Por trás do jeito casca-grossa de Marcelo Dourado, que o leva a fazer comentários grosseiros e preconceituosos, também bate um coração solidário. Poucos meses antes de entrar pela segunda vez na casa do “Big Brother Brasil”, o lutador estava encantado por um novo projeto. Na comunidade onde mora, no Terreirão, localizada no Recreio, Zona Oeste do Rio, o gaúcho ensinava gratuitamente jiu-jítsu a crianças de baixa renda.
— Comecei o projeto há oito meses com crianças da comunidade. Levei todos um dia para fazer intercâmbio com a molecada que Dourado dá aula na academia no Recreio, e ele ficou impressionado com a garra desses meninos — conta Keké Vianna, amigo do brother, que comanda as aulas no Terreirão: — Apesar da rotina agitada, ele sempre estava por aqui.
Os ensinamentos são passados num tatame improvisado numa sala, com goteiras e apenas um ventilador para arejar o espaço. No local, cedido por um lutador amigo de Keké, as aulas acontecem à noite, três vezes por semana, para cerca de 15 crianças que usam quimonos emprestados ou usados.
— O sonho de Dourado era juntar dinheiro para melhorar as condições do projeto. Torná-lo uma ONG, com tudo direitinho. Parece que ele pressentia que a situação financeira dele poderia mudar — revela Keké, reforçando o que o próprio brother falou para os outros confinados ao fazer planos para o prêmio de R$ 1,5 milhão.
Todos os dias, os meninos perguntam a Keké sobre Dourado. Querem saber como ele está no programa e quando volta. Eles estão com saudade do gaúcho que usa expressões diferentes como “raça, véio” e “bah, guri”.
— Estamos torcendo pelo Dourado. Ele é muito legal — garante Rafael Silva, de 11 anos, que, entusiasmado, já diz que prefere lutar a jogar futebol.
DOURADO PODE CONTAR COM A TORCIDA DOS ALUNOS
De quimonos e com cartazes de apoio nas mãos, um grupo de pequenos judocas, entre 6 e 13 anos, fãs incondicionais do “sensei” (professor em japonês) Dourado, está preparado para integrar a torcida do lutador nos próximos paredões até a final do programa. Será a hora de a garotada mostrar apoio ao cara que lhes ensinou mais do que “o soto garis” e rolamentos.
— Quero que Dourado ganhe. Ele passou por muita coisa. Já carregou até caixas de kiwi na Nova Zelândia para sobreviver — conta Thiago Cabbaz, de 13 anos, sobre a época em que o lutador tentou a vida no país estrangeiro, há três anos.
Desde que Dourado partiu para o confinamento na casa do “BBB 10”, as aulas de judô na academia Rio Sport Center continuam com o professor substituto e amigo do brother, Keké Viana, o mesmo que comanda o projeto social no Terreirão. Ele está suando para conquistar os alunos, que estão morrendo de saudade do jeito turrão do gaúcho.
— Ele é muito bravo, mas é legal — comenta Lucas Barbosa, de 10 anos, que tem visto pouco a performance do professor no “BBB”: — É muito tarde para mim.
As mães dos meninos garantem ficar tranquilas com os ensinamentos que Dourado passa a seus filhos, apesar de às vezes o lutador soltar frases um tanto controversas no “Big Brother”.
— Essas colocações que ele faz às vezes no programa eu desconheço com as crianças. Ele é muito tranquilo — conta Marise Oliveira, mãe de um dos alunos.
De tão orgulhoso por ser aluno do BBB, Thiago Cabbaz virou motivo de desconfiança em seu colégio:
— Tem muita gente que duvida que eu seja aluno do Dourado. Meu irmão me zoa pela minha fama temporária.
Fonte: Jornal Extra
sábado, 20 de março de 2010
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